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Publicado em 25 de março de 2019 por Mecânica de Comunicação

Tratamento de resíduos é favorecido com cooperação entre empresas

A preocupação ambiental é uma realidade muito presente em nosso atual cotidiano e chama a atenção para uma série diversa de pautas relacionadas à preservação ou recuperação do meio ambiente por meio de ações sustentáveis. Um dos problemas mais evidentes é a produção crescente de lixo. O setor da construção civil é conhecido por produzir quantidades consideráveis de resíduos, pois se trata de uma atividade praticamente indissociável do descarte de materiais, sendo as demolições para abrir espaço para novos empreendimentos o exemplo mais claro de tal situação. 

De maneira responsável, entidades públicas e privadas vêm tomando medidas para combater o desperdício e promover a redução e reutilização de resíduos da construção civil. Entre as ações já realizadas estão parcerias entre a Secretaria do Meio Ambiente e sindicatos da construção civil e programas de consórcios de bancos públicos para a gestão e tratamento de resíduos. Uma ação digna de nota é a promovida pelo município de Belo Horizonte (MG) desde 1993 que emprega pontos de entrega de resíduos, além de áreas de reciclagem e triagem; hoje, a capital mineira já acumula mais de vinte pontos de entrega. 

Outra estratégia de desenvolvimento sustentável é a da chamada simbiose industrial, ou seja, envolvimento entre indústrias para a obtenção de vantagem competitiva por meio do intercâmbio físico de água, materiais, subprodutos, calor e outros tipos de energia. Quando aplicada ao tratamento de resíduos da construção civil, a simbiose industrial direciona o fluxo de descarte de materiais para empresas em que os resíduos são a matéria-prima.  Um exemplo da prática no cenário internacional é encontrado em Golden Horseshoe, região do Canadá densamente industrializada; nesse caso, treze empresas trocam materiais entre si, sendo alguns deles o pó de forno de cimento e madeira residual.  A prática que mais se aproxima da simbiose industrial no Brasil é o sistema denominado 'Bolsa de Resíduos', criado na década de 80 pelas Federações das Indústrias, SEBRAE e órgãos ambientais para oferecer uma ferramenta de gestão para o resíduo de empresas e modelos de livre negociação entre demandantes e ofertantes de resíduos industriais.      

Mais detalhes sobre o tema foram apresentados na dissertação de mestrado Simbiose Industrial como Instrumento de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil, de autoria de Andréa Benedetto Arantes, orientação de Alessandro Octaviani Luís e aprovada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.