Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Portal AECweb - Mobilidade é determinante para especificação de britadores móveis

Mobilidade é determinante para especificação de britadores móveis

Com grande potencial para reduzir materiais diversos, esses equipamentos ajudam as construtoras a atender a legislações ambientais cada vez mais restritivas

Texto: Juliana Nakamura

viaduto-estaiado-linha-jade-cptm
Estes equipamentos permitem a reciclagem de resíduos no próprio canteiro (foto: shutterstock / Ambiento)

Versáteis e com alta capacidade de redução, os britadores móveis se diferenciam dos britadores fixos por serem mais compactos e flexíveis. Com peso entre 12 e 29 toneladas, podem ser utilizados para a reciclagem de resíduos de construção e demolição (RCD) no próprio local de geração, eliminando custos com transporte e destinação.

Em obras de infraestrutura, sobretudo na construção viária, essas máquinas são muito úteis para a produção de insumos que irão compor camadas de base, bem como para a produção de revestimento asfáltico em usinas. Outra aplicação importante é a redução da granulometria dos resíduos de demolição, diminuindo os custos com o transporte até bota-foras ou estações de triagem.

É importante que o equipamento não demande transportes especiais que, além de caros, têm difícil acesso a zonas urbanas
Benito Francisco Bottino

REQUISITOS MÍNIMOS

Como esses equipamentos operam melhor no local onde ocorre a demolição, o primeiro pré-requisito de seleção deve ser a facilidade de movimentação. “É importante que o equipamento não demande transportes especiais que, além de caros, têm difícil acesso a zonas urbanas”, afirma Benito Francisco Bottino, diretor técnico da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração).

Robustez e baixo consumo de combustível são outros pontos a serem considerados na hora de comparar equipamentos. Da mesma forma, a produtividade da máquina deve ser levada em conta, lembrando que o desempenho de cada britador varia de acordo com as características do material a ser processado. Para se ter uma referência, uma planta móvel de impacto é capaz de produzir até 300 toneladas de asfalto britado por hora. Alguns modelos requererem menos estágios de britagem que outros.

Os britadores móveis devem ser equipados com sistema de abatimento de pó, supressor de ruído e separador magnético sobre a correia transportadora para separação das partes metálicas contidas no material. Os modelos mais sofisticados podem contar, ainda, com automação para controlar a operação e garantir melhor supervisão.

TIPOS DE BRITADOR

Mais potentes, os britadores por impacto impulsionam o material por um rotor de alta velocidade contra um escudo de aço, onde é fragmentado. A proporção de redução do material é de 15:1 aproximadamente, podendo chegar a 20:1, dependendo do material.

Um ponto que precisa ser fortemente considerado no momento da escolha de um britador móvel é a assistência técnica exigida por ele
Benito Francisco Bottino

Há, também, os britadores de mandíbulas, comumente utilizados como britadores primários. Esses equipamentos comprimem o material a ser reduzido entre duas superfícies, apresentando taxa de redução em torno de 5:1. De modo geral, esses britadores funcionam bem com resíduos com alto índice de abrasão.

BRITAGEM MÓVEL EM OPERAÇÃO

Em princípio, os britadores móveis podem receber qualquer tipo de resíduo de demolição. Mas dependendo da aplicação do produto britado, costuma-se separar os resíduos cinzas (concreto) dos resíduos vermelhos (tijolos de barro, cerâmicas etc.). “Isso se faz, entre outros motivos, para separar os resíduos da demolição de concreto, que são considerados insumos mais nobres e são aplicáveis, inclusive, na produção de concreto novo, a depender da sua granulometria e observadas as exigências técnicas”, explica Bottino.

Para o diretor técnico da Sobratema, um ponto que precisa ser fortemente considerado no momento da escolha de um britador móvel é a assistência técnica exigida por ele. “Esses equipamentos têm muita tecnologia embarcada; componentes mecânicos, hidráulicos e eletrônicos que exigem manutenção apurada, além de peças de reposição disponíveis”, destaca, ressaltando que mão de obra treinada para a manutenção e a operação também são imprescindíveis para o bom desempenho do equipamento.

COLABORAÇÃO TÉCNICA

jackson-teixeira-eugenio
Benito Francisco Bottino – Engenheiro de minas formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É diretor técnico da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) e responsável pela área de Apoio Qualificado e Operações na Construtora Norberto Odebrecht