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Texto: Juliana Nakamura
Quando o objetivo é reduzir o custo de operação e aumentar a confiabilidade das máquinas, a realização de manutenção preventiva periódica é inevitável. Sem ela, os gestores têm de conviver com uma série de inconvenientes que vão de falhas inesperadas que comprometem a produtividade e o ambiente de trabalho a uma maior exposição a acidentes. Os cuidados com a manutenção também se justificam por questões financeiras. Como já diz o ditado, prevenir custa menos do que remediar. Além disso, a manutenção preventiva é uma exigência das companhias de seguro, que atrelam a cobertura de sinistros a boas práticas de uso e operação.
Cada máquina possui um plano de manutenção específico. O primeiro cuidado a ser adotado é seguir as especificações do fabricante, que define quais e como as peças deverão ser avaliadas ou substituídas. Na maior parte das vezes, as atividades de manutenção preventiva em equipamentos incluem revisões parciais ou totais em períodos específicos, trocas de óleo e lubrificação. Também contemplam inspeções para verificar vazamentos e eventual desgaste de componentes.
De acordo com Felipe Silva, gerente de equipamentos da Lafaete, tanto os menores equipamentos (como furadeiras e rompedores) quanto os maiores (como caminhões, escavadeiras, tratores, compactadores e carregadeiras) sofrem diante da falta de manutenção.
Mas é possível afirmar que os equipamentos mais impactados pela falta desse cuidado são aqueles diretamente relacionados à atividade-fim da empresa. “Na indústria da construção, por exemplo, falhas em uma máquina de cargas costumam causar bem mais problemas do que em um caminhão”, diz Silvimar Fernandes Reis, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).
Na indústria da construção, falhas em uma máquina de cargas costumam causar bem mais problemas do que em um caminhãoSilvimar Fernandes
Segundo ele, com os recursos cada vez mais escassos e a necessidade de dimensionar as atividades da forma mais enxuta possível, as manutenções preventivas, preditivas e proativas tornam-se ainda mais imprescindíveis para garantir excelência no desempenho das máquinas.
Os equipamentos podem ser submetidos a quatro tipos de manutenção:
• Corretiva – Busca restaurar ou corrigir o funcionamento da máquina. Só ocorre após a quebra/falha do equipamento.
• Preventiva – É realizada para reduzir ou evitar a quebra ou a queda no desempenho do equipamento. Utiliza-se de um plano antecipado com intervalos de tempo definidos. Esse tipo de manutenção deve ser aplicado principalmente nos equipamentos fundamentais, nos que têm funcionamento mais complexo e naqueles relacionados com aspectos de segurança.
• Preditiva – Acompanha o monitoramento constante das máquinas para prever quando uma intervenção será necessária, evitando quebras ou falhas.
• Proativa – É a manutenção realizada por todos os empregados, que visam o controle completo dos equipamentos. Envolve uma abordagem de melhoria contínua para prevenir quebras.
Apesar de sua relevância, a manutenção preventiva muitas vezes é negligenciada. Algumas empresas têm dificuldade em estabelecer, medir e controlar indicadores de performance, custos e consumos. “Outro erro comum é a subordinação da manutenção que, na minha visão, tem que estar ligada à alta direção, caso contrário não terá legitimidade ou importância”, comenta Silvimar Reis.
Um equívoco a ser evitado é não compreender a importância da operação adequada para reduzir os custos e as intervenções de manutenção. É fundamental, por exemplo, garantir que as máquinas sejam operadas por profissionais treinados e habilitados para realizar checklists diários com informações básicas sobre as máquinas, como estado de óleo e de água, freio, acelerador, indicadores de painéis etc.
Procedimentos comuns relacionados à manutenção de equipamentos
RETROESCAVADEIRA
• Lubrificação de todos os pinos e buchas
• Análise do aperto das buchas
• Verificação do nível de desgaste das unhas da caçamba
PÁ CARREGADEIRA
• Lubrificação de todos os pinos e buchas
• Checagem e manutenção de freios
MOTONIVELADORA
• Limpeza e alinhamento da lâmina
• Inspeção e lubrificação do trem de força (motor, sistema hidráulico e transmissão)
BOMBA PROJETORA DE ARGAMASSA
• Limpeza do mangote a cada intervalo de uso de mais de uma hora
• Verificação dos terminais de encaixe das mangueiras, dos níveis de óleo do redutor e das condições da pistola de lançamento
ACABADORA DE SUPERFÍCIE
• Limpeza das lâminas e do motor para evitar acúmulo de concreto seco
• Verificação do nível de desgaste do disco de flotação
• Lubrificação dos braços de fixação das lâminas
Veja também:
Dicas para manutenção de retroescavadeiras
Manutenção prolonga vida útil de equipamentos de jardinagem
Silvimar Fernandes Reis – Engenheiro mecânico, consultor de gestão ativos e vice-presidente da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração). É autor do livro Conversando com a Máquina, editado pela Sobratema.
Felipe Silva – Formado em administração de empresas, é gerente de equipamentos da Lafaete, onde responde pela frota de equipamentos com motores da locadora.
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