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Publicado em 25 de janeiro de 2024 por Mecânica de Comunicação

Educação ambiental promove a sensibilização ambiental dos alunos nas instituições de ensino

O estudo dos rios, mediante sua caracterização socioambiental com o envolvimento de atores locais, se configura como importante mecanismo para integrar sistematicamente diferentes conhecimentos, compreender representações sociais e processos antrópicos relacionados com a degradação ambiental. De acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, o diagnóstico e a caracterização dessas áreas permitem verificar o nível da qualidade socioambiental e desenvolver a percepção ambiental dos agentes envolvidos.

A metodologia do diagnóstico participativo é importante, pois considera a realidade local, possibilita o envolvimento dos indivíduos, o reconhecimento do saber popular e contribui para a construção de novos conhecimentos. Tratando especialmente sobre os rios, deve-se promover a conservação das bacias hidrográficas, devido a diminuição na qualidade da água provocada pelo aumento da densidade populacional. No entanto, além desses estudos qualitativos, é importante desenvolver atividades de Educação Ambiental (EA) junto aos ribeirinhos e divulgar os resultados obtidos das áreas pesquisadas, agregando os conhecimentos científicos aos tradicionais.

É importante que esse processo de EA, considere inicialmente a realidade através de um diagnóstico das situações locais para que, posteriormente, sejam definidos os objetivos e ações educativas a serem implementadas. Essa metodologia permite aos alunos associar teoria à prática, realizar a integração dos conhecimentos fragmentados e, a partir dessa análise, identificar problemas, causas e consequências. De posse dos resultados obtidos na pesquisa, os dados devem passar pelo processo de análise, sistematização, categorização e divulgação para a comunidade local, visando ações de intervenção.

A EA deve ser implementada como um processo contínuo, sistemático, participativo e articulado não somente no âmbito das escolas, mas entre os variados segmentos da administração pública, setores da iniciativa privada e dos movimentos sociais e comunitários, sendo que o objetivo maior da EA com relação aos problemas do meio ambiente não corresponde em sua resolução, sendo esta apenas parte do processo.

A EA tem sido apresentada no contexto escolar nos últimos anos como um instrumento potencialmente importante para promover a sensibilização ambiental dos indivíduos, desencadear respostas e ações e, finalmente, provocar mudanças de comportamento e solucionar questões ambientais. Essas abordagens precisam compreender não apenas o ambiente físico ou biológico, mas todo o contexto em que a escola e a comunidade encontram-se inseridas, reconhecendo a realidade social dos educandos e seus problemas vivenciados no cotidiano. É imprescindível problematizar, desconstruir e reconstruir pensamentos constantemente, numa perspectiva de complexidade e compreensão sistêmica.

No caso do rio Potengi, um dos mais relevantes corpos hídricos do estado do Rio Grande do Norte (RN), ainda faltam estudos e ações, destacando-se algumas investigações e processos participativos de EA. Nesta localidade, o rio sofre com a expansão urbana desordenada, sendo receptáculo de efluentes domésticos e comerciais, agricultura, pecuária, descarte de resíduos sólidos, degradação da mata ciliar, desenvolvimento de atividades em suas margens sem autorização ou fiscalização, assoreamento do leito do rio e da barragem Campo Grande, ausência de técnicas de manejo e políticas de conservação do solo.

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Análise da qualidade ambiental do Rio Potengi como instrumento de educação ambiental, defendida por Silenildo Rafael Lopes, no Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob orientação do professor Fernando Moreira da Silva.