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Publicado em 18 de novembro de 2021 por Mecânica de Comunicação

Necessidade de aperfeiçoamento de políticas públicas para uso da biomassa como fonte energética

A biomassa é considerada uma fonte energética alternativa renovável que possui bastante flexibilidade e elevada eficiência tecnológica em diversos processos de todos os setores da sociedade, como: geração de eletricidade, transporte, aquecimento, refrigeração e processos industriais. O biogás é um dos resultantes do aproveitamento energético dos resíduos orgânicos, em particular, da biomassa suína. Esse gás gerado por meio de biodigestores, oferece uma solução para equilibrar o fornecimento e a demanda de eletricidade, combustível de motores estacionários e cocção de alimentos, sem ser necessário gerar um maior impacto no meio natural, evitando passivos ambientais e redução de uso de recursos naturais para gerar energia.

É nesse contexto que os resíduos da criação de suínos podem ser utilizados como fonte energética, ainda mais com o advento das mudanças climáticas. Assim, é fundamental o aperfeiçoamento de políticas públicas, tanto as voltadas para uso da biomassa como fonte energética, como para as demais fontes de energia renováveis, como a solar e eólica. Ao contínuo melhoramento destas políticas, é possível que o Estado atenda da melhor forma a população, e contribua para a redução dos impactos negativos ao meio ambiente decorrentes do uso de fontes energéticas não renováveis.

O apoio do Estado abre maior espaço para a atenção e discussão das fontes renováveis de energia, bem como ações se tornam muito mais viáveis de execução, haja vista a liderança e o protagonismo do Estado na implementação de meios mais sustentáveis também de desenvolvimento ambiental e social

Ao se realizar ações direcionadas para benefício social e ambiental, também são possíveis ações de benefício econômico, como a geração de energia e aproveitamento de recursos por meio da economia de escala. Uma vez que o Estado tenha despendido recursos para a implementação de estruturas que viabilizem o uso da biomassa suína para geração de energia, tais recursos podem e/ou devem ser compartilhados coletivamente, possibilitando uma maior aproveitamento e redução de todos os tipos de custos fixos que possam incorrer.

Essas ações, que partem como pontos fortes para proposição de políticas públicas em bioenergia, viabilizam as oportunidades citadas, pois estão direcionadas para: o bem-comum da sociedade, aumentam a atenção de outras entidades e organizações que compartilham dos mesmos ideias e oferecem apoio, também há a prevenção de doenças e conservação da biomassa, há comercialização da energia e geração de renda, há otimização dos recursos, e também há o constante desenvolvimento de sistemas de manejo de dejetos e de gestão desse tipo de resíduo sólido.

Mas, é preciso vencer a resistência para mudança, pois se percebe grande dificuldade de inicialização por parte de produtores para se investir em sistemas tecnológicos, como biodigestores, que demandam elevado investimento, com impacto indireto na produção de suínos e retorno a longo prazo. Dessa maneira, faz-se necessário suporte financeiro, para que haja o estímulo e o interesse para produtores rurais em implementar o sistema.

Outro desafio que compromete o desenvolvimento do aproveitamento energético por meio da biomassa suína é o uso excessivo de fontes não renováveis de energia, como o petróleo e o gás liquefeito de petróleo, nos diferentes processos produtivos.

As informações foram extraídas da dissertação de mestrado Determinação de Variáveis Relevantes para a Proposição de Políticas Públicas em Bioenergia, defendida por Izabel Biernaski, no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, sob orientação o professor Christian Luiz da Silva.