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Publicado em 12 de maio de 2022 por Mecânica de Comunicação

Países estimulam a produção de hidrogênio economicamente viável e ambientalmente amigável

O uso do hidrogênio como combustível já é amplamente discutido em todo o mundo. Hoje, o debate está na produção de hidrogênio economicamente viável e ambientalmente amigável, permitindo armazenar e transportar energia, como se faz com outros materiais industrializados, e em quantidades suficientes para substituir recursos naturais como petróleo, gás natural e carvão, constituindo um novo vetor energético e criando base para uma nova economia mundial, a “Economia do Hidrogênio”.  

O desenvolvimento deste novo conceito acontece porque a “Economia do petróleo” já é entendida como uma economia não sustentável. As reservas comprovadas de 1,3 trilhão de barris de petróleo, 185 trilhões de gás natural e 826 bilhões de toneladas de carvão têm duração estimada em 42, 60 e 122 anos, respectivamente, com base nas taxas de consumo mundiais reais do ano 2008.  

É por isso que 50 países já dispõem de políticas de incentivo ao Hidrogênio, com diversos focos em: desenvolvimento de eletrolisadores, veículos de passageiros, geração de energia elétrica, caminhões, postos de abastecimento de veículos, energia e aquecimento residencial (2 países). 

No Brasil, o principal documento que trata do uso energético do hidrogênio como insumo energético, denominado roteiro para a Estruturação da Economia do Hidrogênio no Brasil datado de 2005, considera algumas premissas para nortear a criação de um modelo de desenvolvimento de mercado para o hidrogênio no país, porém, em nenhuma dessas premissas consta a produção por eletrólise da água. Contudo, existem alguns grupos de pesquisas ligados a grupos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação das empresas.  

Nos Estados Unidos, a demonstração do programa de hidrogênio continua em desenvolvimento. Em 2017, a CEC - Comissão de Energia da Califórnia apresentou um relatório sobre o progresso do plano de 2002, onde mostrou que 35 das 65 estações previstas já estavam em operação comercial. A capacidade das estações é dividida em duas classes, uma com capacidade de 100 a 180 kg/dia de Hidrogênio, e a outra com capacidade de 360 kg/dia de Hidrogênio. Em 2018, 42 estações já estavam em operação.  

Já na União Europeia, a Comissão Europeia publicou uma estratégia de descarbonização a longo prazo através do uso do hidrogênio na economia; reformular a diretiva sobre a promoção e o uso de energia a partir de fontes renováveis, permitindo a produção de hidrogênio a partir destas fontes; e definir até uma rota do hidrogênio, como plataforma de discussão sobre o hidrogénio entre seus estados-membros. Vinte e oito países europeus assinaram a Declaração de Linz sobre a iniciativa do Hidrogênio para promover a cooperação em matéria de tecnologias de Hidrogênio sustentável, juntamente com 100 empresas, organizações e instituições.  

O Japão estabeleceu metas para a produção e de uso de hidrogênio, como reduzir o custo de produção de hidrogênio; aumentar a quantidade de estações de abastecimento de hidrogênio para 31.500 após 2050; ampliar o número de veículos movidos a hidrogênio para 62.000.000 de unidades, após 2050; e expandir o número de residências que utilizam energia elétrica gerada com hidrogênio para 5,3 milhões em 2030. 

As informações foram extraídas da dissertação de mestrado Avaliação multicritério das alternativas energéticas do Brasil para produção de hidrogênio por eletrólise alcalina da água para o setor automotivo, defendida por Francisco Edvan Bezerra Feitosa, no Programa de Pós-graduação em Ciências e Técnicas Nucleares da Universidade Federal de Minas Gerais, sob orientação da professora Antonella Lombardi Costa.