Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 02 de julho de 2019

Diário Indústria & Comércio - Empreendedores brasileiros apostam no “mercado da saudade”

Empreendedores brasileiros apostam no “mercado da saudade”

2 de julho de 2019

Empreendedores brasileiros apostam no “mercado da saudade” para faturar nos Estados Unidos. Este nicho de mercado  surgiu para suprir a falta que alguns produtos e serviços nacionais fazem para quem vai morar noutro país. E público não falta. Em 2016, por  exemplo, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) estimava mais  de 3 milhões de brasileiros vivendo  fora do Brasil.

Para empreendedores, o insight é enxergar oportunidade no saudosismo e investir no que desperte memória afetiva e atenda a saudade dos conterrâneos. Mundo a fora já são mais de 20 mil micro e pequenos empreendedores brasileiros formais, de acordo com levantamento mais recente do MRE.

A maior parte deles, 9 mil, se concentra nos Estados Unidos. O país norte americano é seguido de  Japão, com 1,5 mil, e a França, com 1.320.

O levantamento do Itamaraty contabilizou os micro e pequenos empreendedores formais, mas  há muitos outros que não entraram na estatística. Apenas nos Estados Unidos, a estimativa  é que 48,3 mil brasileiros desenvolvam atividades autônomas informais. Mais brasileiros  empreendedores, mais produtos brasileiros no conhecido ‘mercado da saudade’ – que movimentou  US$ 50 milhões de dólares em 2017 e aumentou a exportação direta do Brasil aos  EUA de produtos como pão de queijo, açaí ou cachaça em 77% em 2016, segundo  a Apex. Estados Unidos e Canadá são os principais destinos de produtos brasileiros no mundo.

Para atender a esta demanda de novos empreendedores globais, um grupo de brasileiros fundou em Miami, Flórida, um instituto de negócios, o Global Business Institute (GBI), focado em auxiliar em todas as etapas quem vai empreender internacionalmente. Em tempos de tendência  da internacionalização de produtos nativos como açaí e tapioca, por exemplo, os especialistas alertam para a importância do investimento assertivo na hora de apostar no nicho “da saudade” no mercado exterior.

“Quando um brasileiro vai para outro país, querer transformar a saudade da terra natal em negócio  não significa garantia de sucesso. Mas, sem dúvida, pode ser muito mais assertivo se o empreendedor se apegar à alguns passos fundamentais orientados por profissionais globais que lidam com este mercado. Tem que haver um planejamento para cada tipo de iniciativa”,  afirma Manoel Suhet, CEO do GBI.

Entre as ponderações do time de especialistas que compõe o hub de negócios está a necessidade  de se adaptar à legislação local de onde o empresário pretende investir. “Cada país tem sua especificidade. Principalmente no setor alimentício – que é um dos mais promissores no mercado da saudade –, nos EUA, por exemplo, as regras são muito específicas e devem ser respeitadas para que o empreendimento tenha todas  as licenças necessárias para estar em pleno funcionamento. Ter uma consultoria para  avaliar todos esses pontos é fundamental”, acrescenta Suhet.

Serviços de infraestrutura  cresce em 2019

A demanda por serviços voltados à infraestrutura deve obter um crescimento neste ano, segundo o Boletim de Mercado da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema). O consumo de energia elétrica deve subir mais de 5%, o de serviços de transporte, 1,2%, e o de serviços de telecomunicações, 1,4%.

O informativo da Sobratema, elaborado pela Ex Ante Consultoria Econômica, mostra que essa expansão, contudo, não será suficiente para o setor voltar aos níveis de operação em 2014, quando obteve-se recorde nessa atividade.

O Boletim de Mercado da Sobratema também apresenta informações e dados da indústria de máquinas e equipamentos, cuja expectativa é a continuidade de sua recuperação neste ano tanto em termos de produção como de comercialização. No caso do emprego, a estimativa também é de uma retomada. No acumulado no primeiro trimestre de 2019, o emprego teve crescimento de 10,3%.