Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 07 de junho de 2025

Brasil Mineral - Setor vê futuro com otimismo no seminário SAM 2025, da Metso

Setor vê futuro com otimismo no seminário SAM 2025, da Metso

07/06/2025

As perspectivas parecem promissoras, para o período 2025-2029, no setor de infraestrutura, um dos grandes mercados para os produtores de agregados, os investimentos devem somar R$ 1,02 trilhão.

???????Com o objetivo de estreitar o relacionamento com os clientes do setor de agregados, a Metso realizou, no dia 5 de junho, a segunda edição do SAM (Seminário Agregados Metso) que reuniu, na cidade de Itu, cerca de 180 convidados da cadeia produtiva de brita e que incluiu um dia de visita à fábrica da empresa em Sorocaba, em 6 de junho.  

De acordo com o vice-presidente e Diretor de vendas de Agregados da Metso, Everson Cremonese, eventos deste tipo possibilitam que a Metso interaja com esse mercado, que “é tão importante para o Brasil, já que, se por acaso o setor de agregados parar de produzir, o Brasil também para, principalmente obras de infraestrutura e habitação”. É, também segundo ele, uma forma de ouvir o mercado para entender suas demandas em termos de tecnologias e equipamentos.

Ele informa que o mercado de agregados hoje está com uma ocupação de capacidade entre 70% e 90%, situação um pouco diferente da que se registrava há dois anos, “quando tudo o que se produzia estava sendo vendido”.

O seminário também é uma oportunidade para que a Metso possa disponibilizar para os clientes consultoria visando a otimização de seus processos e capacidade de suas plantas. Para otimizar a capacidade das plantas a Metso faz simulações em computador, visando identificar por que a planta está abaixo da capacidade.

Na abertura do evento, Cremonese informou que a Metso, mundialmente, realizou em 2024 vendas totais de 4,9 bilhões de euros, sendo que 25% foram para o setor de agregados. Na América do Sul, as vendas somaram 1,2 bilhão de euros. No Brasil, em 2024 a empresa registrou recordes histórico de vendas. E em 2025, até o primeiro trimestre, as vendas estavam em bom ritmo.

As perspectivas parecem promissoras, porque, como apontou um dos palestrantes no SAM, Constantin Jancsó, do Bradesco, para o período 2025-2029, no setor de infraestrutura, um dos grandes mercados para os produtores de agregados, os investimentos devem somar R$ 1,02 trilhão. E o mercado imobiliário, outro grande comprador de agregados, também deve continuar crescendo nos próximos anos.

A reciclagem de resíduos da construção foi outro tema abordado no SAM 2025, por Hewerton Bartoli, presidente da Abrecon, o qual informou que o mercado de agregado reciclado no Brasil hoje está na faixa de R$ 700 milhões/ano, portanto tem um grande potencial de crescimento. Em 2024, segundo ele, foram recicladas 106 milhões de toneladas de resíduos da construção, um número relevante.

Nesta edição do SAM a Metso destacou as vantagens das soluções móveis para o setor de agregados, principalmente para operações de curta duração (em torno de 3 anos). Estas soluções, denominadas de Lokotrack, -- linha exclusiva da Metso, que está completando 40 anos – que são fornecidas sobre esteiras ou pneus com unidades de trituração que incluem britador de mandíbulas, impactores e britadores cônicos, dependendo do tipo de produto que se deseja obter. E uma das novidades da linha são os equipamentos diesel-elétricos, que proporcionam menor consumo de combustível e menos emissão de poluentes. Atualmente a Metso fabrica 400 Lokotrack por ano e esse número vai dobrar, já que está sendo construída uma nova fábrica na Finlândia.  

A empresa informou que está trazendo também ao Brasil a linha Powertrack, produzida na China. A primeira máquina chegará ao Brasil em cinco meses, segundo Everson Cremonese.

O tema manutenção também foi destaque no SAM 2025, com uma palestra de representantes da Cal Trevo, que explicaram os ganhos financeiros e operacionais e vantagens da introdução a manutenção preditiva nas instalações.

O seminário foi encerrado com um painel sobre os desafios do mercado de agregados, reunindo Daniel Debiazzi, do Sindipedras/Anepac, Bruna Menezes, do grupo Base, Benito Bottino, da Sobratema e o próprio Everson Cremonese. Dentre os temas discutidos no painel destacam-se a questão da dificuldade de atração de mão de obra para o setor, a imagem da mineração perante a sociedade e o problema da governança. Sobre o primeiro item, os painelistas mencionaram a pouca atratividade que o setor exerce sobre os jovens, que se sentem atraídos por setores com mais glamour. Quanto à imagem da mineração, da qual o setor de agregados faz parte, Bruna apontou a mudança de conceito do setor após os acidentes de Mariana e Brumadinho, enquanto  Daniel Debiazzi disse que a palavra “Pedreira” ficou como um rótulo ruim sobre o segmento, em função do grande número de acidentes do passado. Quanto à governança, houve certa unanimidade no sentido de que a grande predominância de grupos familiares no setor dificulta a profissionalização e a modernização da gestão. Por fim, eles afirmaram que o aumento de custos de mão de obra e equipamentos com preço dolarizado reduziram as margens de rentabilidade do setor em torno de 20%. No entanto, a opinião geral quanto ao futuro é positiva, pois acredita-se que, em longo prazo, o setor vai se estabilizar. (Por Francisco Alves)