Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 06 de fevereiro de 2020 por Mecânica de Comunicação

Evento trata da conjuntura da economia e da construção

O presidente da Sobratema, Afonso Mamede, participou no dia 29 de janeiro do Abci Networking VII. O encontro, organizado pela Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic) contou com a apresentação da economista Ana Maria Castelo, da Fundação Getulio Vargas, sobre “Aspectos que poderão interferir num novo ciclo de crescimento da construção civil”. 

A economista iniciou sua palestra com uma análise do setor da construção em 2019. O PIB (Produto Interno Bruto) do segmento apresentou uma alta de 2% ante 2018. “Esse crescimento marcou o fim de uma queda de cinco anos de retração na área”, enfatizou. No caso do emprego com carteira, das 644 mil vagas geradas no ano passado, 11% estão relacionadas à construção, o que resultou em um aumento de 1,86% de empregos no segmento ante 2018. A área de projetos foi a que mais contribuiu com a geração de trabalho, com alta de 7,34%, seguida por preparação de terrenos, com 1,82%.

Outro dado positivo para o setor foi a Sondagem da Construção que, desde maio de 2016, apresenta um viés positivo, com a subida de 23,3 pontos. “Porém, ele ainda está 16 pontos abaixo do nível de neutralidade”, alerta a economista. “No entanto, podemos afirmar que existe uma percepção no mercado de que o pior ficou para trás”.

Para 2020, a projeção de Ana Castelo é que tanto o PIB como o emprego na construção tenham expansão, de 3% e 3,5%, respectivamente. “Esse percentual estaria acima do PIB nacional, cuja estimativa é de 2,3%”, contou. Em sua previsão, há a expectativa de um aumento no ritmo do crescimento no setor imobiliário e um investimento em infraestrutura impulsionado pela recuperação cíclica da economia, confiança em alta dos empresários e redução do custo do capital. 

Mesmo assim, é preciso dosar o otimismo, segundo a economista da FGV, porque ainda existem fatores que podem interferir na economia nacional e, consequentemente, no setor da construção, como por exemplo, as incertezas do cenário externo, a situação fiscal crítica da União e de estados e as eleições municipais. Em contraponto, há também fatores positivos que podem contribuir para que o cenário estimado seja confirmado, como a inflação abaixo da meta, a baixa da taxa de juros real, o crescimento do emprego e da renda e a confiança em alta dos empresários.

Na conclusão de sua apresentação, Ana Castelo reforçou que existem oportunidades na área imobiliária porque existe uma alta demanda habitacional e ressaltou a importância de se ter um maior investimento do PIB em infraestrutura. “Para garantir um crescimento sustentado o país precisa investir 4,15% do PIB por aproximadamente duas décadas”, explicou. 

Para Mamede, a avaliação da economista Ana Castelo mostra que o setor da construção está se preparando para um novo ciclo de crescimento. “É certo que existem fatores que podem dificultar um ritmo mais acelerado de expansão da atividade da construção. Porém, a união de diversas entidades do segmento tem gerado iniciativas importantes, que contribuíram para que as reformas importantes acontecessem. Além disso, o trabalho contínuo dessas ações tem colaborado para que haja um ambiente mais propício para a realização de investimentos em infraestrutura e na área imobiliária”, disse. Para este ano, o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção estima o aumento de vendas da ordem de 13% para todo o setor de equipamentos para construção. Em 2019, foram comercializadas 26,4 mil unidades, um crescimento de 37% ante 2018.

De acordo com a engenheira Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, a proposta de ter uma palestra sobre uma avaliação da economia e do setor da construção é, justamente, contribuir para o planejamento e estratégia de negócios de nossos associados.

Segundo Guilherme Philippi, vice presidente do Conselho Estratégico da Abcic, o Networking é um evento consagrado do setor, por possibilitar a interação entre toda a cadeia produtiva com conteúdo muito qualificado. “Isso valoriza e fortalece nosso setor”, afirmou.