Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 02 de setembro de 2022

BesNews - Com construtoras se especializando, retroescavadeiras perdem mercado para equipamentos maiores, diz Case

Com construtoras se especializando, retroescavadeiras perdem mercado para equipamentos maiores, diz Case

Retroescavadeiras perdem mercado conforme construtoras se preocupam mais com produtividade (foto: divulgação Case).

A crise econômica e política trazida pela operação Lava Jato derrubou o setor de construção civil e mudou o cenário de investimento em obras públicas. Agora, os projetos de governos são menores e mais específicos, impactando diretamente nos equipamentos de Linha Amarela que são vendidos no País. O resultado é que máquinas maiores estão ganhando mercado, em detrimento de retroescavadeiras, que ainda são líderes de mercado, mas começam a crescer menos em vendas.

Na Case, por exemplo, os equipamentos mais vendidos são escavadeiras. Pedro Silva, gerente de Vendas da fabricante, aponta que as construtoras vêm se especializando em determinados tipos de projetos e equipamentos multitarefas têm sido postos de lado em prol de maior produtividade. “O mercado de construção pulverizou e o governo tem fatiado projetos em obras menores. Isso fez com que as construtoras se interessassem por equipamentos mais específicos”, explica.

Segundo ele, o que mais tem puxado as vendas são obras de saneamento básico e pavimentação. Com isso, até motoniveladoras têm vendido mais. No entanto, o Top 3 de vendas da fabricante no País para o setor de construção ainda é composto por equipamentos tradicionais: em primeiro, as escavadeiras, seguida pelas retroescavadeiras e terminando com as pás-carregadeiras.

Escavadeiras se destacam nas vendas da fabricante (foto: divulgação Case).

Silva também diz que esse perfil de vendas se mantém também para as empresas de locação de equipamentos, que hoje é o principal tipo de cliente da Case. Para ele, esse cliente é importante não só por comprar muitas máquinas, mas porque acaba servindo de vitrine para a marca, já que permite que outras empresas experimentem seus equipamentos.

Outros equipamentos

Apesar do foco em construção devido as vendas, a Case não tem deixado de lado outros setores. O agronegócio, por exemplo, tem ganhado destaque na estratégia da empresa, que atende o setor com a Case Agrícola. “Estamos crescendo neste mercado e investido muito. A pá-carregadeira é o principal equipamento vendido para ele”, conta Silva.

A marca também tem estudado novos produtos para o Brasil e lançou o rolo compactador 1107 EX recentemente, durante a Paving Expo 2022, realizada em maio. “Usamos a experiência de clientes para melhorar a máquina e o produto tem tido um desempenho de vendas satisfatório no Brasil, tendo em vista que é um equipamento novo para a gente”, explica o gerente.

Rolo compactador 1107 EX, lançado pela fabricante durante a Paving Expo 2022 (foto: divulgação Case).

Outros equipamentos que vêm tendo demanda são os modelos mini, com destaque para as miniescavadeiras, que atraem atenção por conta da produtividade. No entanto, a demanda no Brasil ainda é baixa – em comparação com outros países – para suportar uma produção local. No caso de máquinas Case, a importação é a solução. Uma nova linha de mini-carregadeiras, resultado da aquisição da italiana Sampierana pela Case no ano passado, deve chegar no Brasil em 2024.

Expectativas de vendas

mercado de equipamentos está empolgado com 2022, com expectativa de atingir números de vendas ainda maiores que os de 2013. De acordo com números da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), 35,2 mil máquinas podem ser comercializadas este ano, acima das 33 mil de 2013. As retroescavadeiras, junto com escavadeiras e plataformas elevatórias, serão os equipamentos mais vendidos, aponta o estudo de mercado.

A Case também sente que o mercado é positivo e que deve crescer entre 25% a 30% em toda a América Latina, que também está com o mercado aquecido, segundo o gerente de Vendas. A empresa tem capacidade de produção de 10 mil equipamentos no Brasil, sendo que parte é destinada à exportação.

Com isso, a Case também tem trabalhado sua estratégia de marketing em eventos. Com o pós-pandemia e a volta das feiras, a empresa têm aumentado a participação em eventos regionais e nos maiores, como a Paving Expo deste ano. A companhia também tem apostado em conteúdo para as redes sociais, aproveitando os 180 anos que está fazendo em 2022.