Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 03 de outubro de 2022

Revista Construa Negócios - Integração é fundamental para diminuir o roubo de máquinas

Integração é fundamental para diminuir o roubo de máquinas

A união de esforços e o trabalho em conjunto entre fabricantes e usuários de equipamentos para construção, seguradoras e órgãos públicos de segurança são fundamentais para coibir o roubo e furto de máquinas.

A constatação é dos participantes do 11º Webinar Sobratema, que nesta edição tratou de “Sistemas de Segurança”, em transmissão on-line no dia 29 de setembro. “A participação do Estado é muito importante para dar dignidade ao nosso mercado”, afirmou Eurimilson Daniel, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).

Em outubro, ele lembrou, entra em vigor o Renagro (Registro Nacional de Tratores e Máquinas Agrícolas), que cria uma base de dados com informações dos veículos agrícolas em nível nacional, o que vai contribuir com a coordenação da polícia para identificar máquinas roubadas. “Estamos trabalhando para incluir as máquinas de linha amarela nesse programa”, afirmou.

Segundo Daniel, uma documentação específica para as máquinas de linha amarela é importante para que o Estado consiga fiscalizar melhorar, além de aprimorar a relação do setor com as seguradoras, no sentido de diminuir o preço do seguro e ofertar modalidades mais atrativas para as locadoras, construtoras e mineradoras.

Nesse sentido, Marcelo Luz, sócio-diretor da Restart Corretora de Seguros, mostrou que o segmento de máquinas para construção possui uma sinistralidade elevada, em média de 48%, sendo que o risco de roubo e furto de equipamentos representa em torno de 38% dessa carteira.

Segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), de janeiro a julho deste ano, a apólice de riscos diversos, que inclui a área de construção, chegou a R$ 2,3 bilhões. Somente as seguradoras que possuem foco em equipamentos para construção tiveram a emissão em torno de R$ 1,2 bilhão em prêmios arrecadados. “Por conta dessa situação, existem seguradoras que não fazem mais apólices para retroescavadeiras”, pontuou.

De acordo com Luiz Carlos Monteli, diretor da Monteli Seguros, as seguradoras precisam participar dessa discussão para ajudar a encontrar uma solução para a alta sinistralidade no setor. Para ele, quando se há prevenção, é possível diminuir o valor do seguro, como por exemplo, a inclusão de sistemas de rastreamento de fábrica incorporados às máquinas. “As seguradoras reconhecem isso como benefício e podem diminuir as taxas”, disse.

Sobre esse tema, Vanderlei Zermiani, coordenador comercial da Sitech, lembrou que a tecnologia embarcada em um equipamento faz a autenticação em tempo real para o centro de monitoramento do cliente. “Se a máquina for objeto de furto ou roubo, na hora em que for dada a partida, alguma frequência vai ser emitida, o que possibilita coletar esse resquício para identificar sua última localização”.

Na área da segurança pública, o delegado Waldomiro Milanesi, coordenador do Programa de Prevenção, Fiscalização e Repressão ao Furto, Roubo, Apropriação Indébita e Receptação de Carga (PROCARGA) da Secretaria de Segurança Pública do Estado de SP, avaliou que a união entre o público e o privado é importante para combater a criminalidade e comentou que as reuniões com o setor de máquinas para construção são fundamentais para levar conhecimento à polícia sobre a atividade. “O contato com os representantes setoriais é essencial para auxiliar e subsidiar com informações”, pontuou.

O CEO da Meta Soluções de Segurança, Antonio Rebouças de França Filho, falou como os sistemas de rastreabilidade e soluções para conferir a autenticidade dos ativos ampliam a segurança na área de construção e mineração. “A indústria pode fazer a rastreabilidade unitária para apoiar as ações da polícia no enfrentamento do roubo e furto no canteiro de obras”, disse o especialista, acrescentando que a solução integrada melhora o controle dos ativos, gerando informações em toda a cadeia para autenticar a legalidade e qualidade dos produtos.

“Isso previne perdas tanto de materiais quanto de processo e gera maior transparência, ao mesmo tempo em que dificulta a ação de grupos organizados”, ressaltou.