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Publicado em 30 de outubro de 2025 por Mecânica de Comunicação

Poluição do ar eleva casos e gravidade de infecções respiratórios agudas

Os seres humanos em média, consomem aproximadamente 10 litros de ar por dia, no qual esta quantidade variar em função da atividade física de cada um. Diferentemente da água, o ar é consumido diretamente da natureza, sendo assim, é importante a sociedade civil como um todo se atentar para as medidas de prevenção da qualidade do ar e nas interações humanas com o meio ambiente.

Estas substâncias em função do processo que as originou, podem ser causadas por fontes fixas, tais como, indústrias, usinas termoelétricas e incineradores de resíduos. Neste contexto, temos ainda as fontes fixas naturais como a maresia e os vulcões. Vale ressaltar que no Brasil temos as fontes agrossilvopastoris, relacionadas com o agronegócio, representadas aqui por queimadas, incêndios florestais e pela pulverização de fertilizantes. Na maioria das áreas urbanas do Brasil, a principal fonte de poluentes atmosféricos são os veículos automotores.

As doenças respiratórias estão entre as principais causas das internações da população brasileira, o que está relacionado com diversos fatores, entre eles: a desigualdade de acesso à saúde e os efeitos de longo prazo das intervenções sobre os determinantes sociais e ambientais, tornando assim, as doenças respiratórias um problema de saúde pública vigente. Neste contexto, vale ressaltar que as crianças com idade entre 0 e 5 anos são as mais afetadas, uma vez que, seu metabolismo naturalmente acelerado requer uma quantidade maior de ar, consequentemente absorvem mais poluentes.

Um estudo envolvendo cerca de 500 famílias moradoras de dois bairros de Nova York (EUA), acompanhadas por 32 semanas, concluiu que a incidência de doenças respiratórias agudas, tanto envolvendo as vias aéreas inferiores como as superiores, de pais, mães e escolares tendia a ser mais elevada nas áreas poluídas. Atualmente, gases e partículas ultrafinas provenientes da queima parcial de combustíveis fósseis em veículos automotivos, principalmente o diesel, são os principais fatores responsáveis pela maior prevalência de asma brônquica e outras doenças alérgicas em populações residentes em áreas mais poluídas.

O O3 acarreta em diversos problemas à saúde humana, entre eles: o agravamento dos sintomas de asma, deficiência respiratória, bem como de outras doenças pulmonares (enfisemas, bronquites, etc.) e cardiovasculares (arteriosclerose). Além disso, um longo tempo de exposição pode ocasionar redução na capacidade pulmonar, desenvolvimento de asma e redução na expectativa de vida.

O descaso no planejamento das grandes cidades é refletido na saúde da população, pois os fatores ambientais, como a poluição do ar e as variáveis climáticas são importantes para o aumento dos casos e da gravidade das infecções respiratórias agudas (IRA’s), que estão entre as principais causas de mortalidade na população brasileira por conta de vários fatores, como por exemplo, as desigualdades no acesso à saúde, os efeitos de longo prazo das intervenções sobre os determinantes sociais e ambientais. Tais fatores são responsáveis por tornar as IRA’s um problema de saúde pública contemporânea.

Diversos estudos têm sido realizados em várias partes do mundo, com intuito de, avaliar os impactos da poluição atmosférica na saúde humana. Como principais resultados, a poluição do ar está associada ao excesso de mortes e internações, em particular ocasionado por doenças respiratórias ou cardiovasculares, além de outras enfermidades como o câncer, distúrbios de fertilidade, malformação congênita e partos prematuros entre outras.

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Poluição do ar e morbidade hospitalar: análises das tendências e custos econômicos em estações de medição de qualidade do ar no estado de São Paulo, defendida por Anderson Silva de Souza, no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental da Universidade Federal Fluminense, sob orientação do professor Givanildo de Gois e coorientação da professora Roberta Fernanda da Paz de Souza Paiva.