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Publicado em 12 de junho de 2025 por Mecânica de Comunicação

Importância do conhecimento sobre o descarte correto de equipamentos eletroeletrônicos

O desenvolvimento de novas tecnologias e a inovação no campo do transporte, da informática e das telecomunicações tem estimulado o surgimento de novos equipamentos eletroeletrônicos no mercado. É certo que esses aparelhos estão provocando uma verdadeira evolução em nosso modo de vida e contribuindo para o progresso de diversas áreas da ciência.

A praticidade e os benefícios oferecidos pelos equipamentos eletroeletrônicos (EEE) são incontestáveis e a incorporação desses equipamentos no cotidiano da sociedade torna-se cada vez mais inevitável. Seja por necessidade ou desejo, a procura por EEE cresceu, vertiginosamente, e a geração dos resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE) provocada pelo grande consumo tem impactado negativamente no meio ambiente e a qualidade de vida do homem.

Isso ocorre porque inovações tecnológicas e redução da vida útil em EEE tornaram-se bastante comuns. A durabilidade dos EEE coincide constantemente com o tempo de garantia oferecido. Como o tempo de vida dos EEE está cada ano menor, o consumidor não está apenas comprando um equipamento novo por causa de quebra, mas está efetivamente sendo induzido à troca. O mercado atualiza seus produtos em intervalos pequenos, sempre com um design ou recurso novo, e não poupa métodos de marketing para instigar esse ciclo vicioso de compra.

Mesmo após mais de uma década da Lei nº 12.305 de 2010 que regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a disponibilidade de dados sobre os REEE ainda é bastante limitada, sobretudo no Brasil. No entanto, sabe-se que o crescimento da produção dos REEE não vem acompanhado de um aumento na fiscalização, especialmente nos países em desenvolvimento. Além disso, os consumidores demonstram que não têm conhecimento das características potencialmente perigosas dos REEE e, por conseguinte, continuam descartando-os junto com os resíduos comuns.

Para se obter êxito na hierarquia da gestão de resíduos sólidos (GRS), é necessária a participação de todos os atores (stakeholders) envolvidos no ciclo de vida do equipamento eletroeletrônico, uma vez que a gestão de resíduos sólidos vai além da questão do desenvolvimento de novas tecnologias de tratamento e destino final, pois, como requer a participação de pessoas (fabricantes, comerciantes, distribuidores, poder público e cidadãos), é bastante influenciada por fatores psicológicos e comportamentais. Para uma ação ativa e eficiente de todas as partes interessadas no sucesso da reciclagem e reutilização de REEE, faz-se necessário que os indivíduos tenham uma percepção e um comportamento participativo.

O indivíduo tende a ser mais participativo, quando: tem conhecimento de como é realizado todo o processo de coleta de REEE; descobre que os pontos de coleta são próximos de sua residência; consegue aproveitar bem o tempo e possui a oportunidade de entregar os REEE durante o percurso para outro destino. Devido à distribuição de múltiplos pontos de entrega, os consumidores ficam mais dispostos em colaborar com o sistema, principalmente quando existem outros serviços atrativos próximos ao local de coleta e finalmente quando o processo é simplificado.

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Comportamento dos consumidores em relação à reciclagem e reutilização de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos em bairro de classe média alta do Recife, defendida por Marcones da Silva Monteiro, no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Pernambuco, sob orientação da professora Simone Machado Santos.