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Publicado em 31 de janeiro de 2024 por Mecânica de Comunicação

Diretor do Banco Central reforça a importância de ampliar os investimentos em infraestrutura

Durante encontro no Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (Sinicesp), diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, falou sobre conjuntura macroeconômica, política cambial, taxa de juros e investimentos em infraestrutura. O presidente da Sobratema, Afonso Mamede, participou da reunião, realizada no dia 19 de janeiro.

Segundo Galípolo, há hoje uma dificuldade em todo o mundo em explicar o comportamento das economias, principalmente nos países que utilizam a taxa de juros como mecanismo de controle da demanda e consequente queda da inflação. “Nós tivemos, no ano de 2023, um impacto significativo do agro, que colaborou muito para o crescimento e produziu uma desinflação, porque dá um choque de oferta, um excesso de oferta em commodities, que pressiona menos a demanda em relação à oferta. Essa poderia ser uma explicação para o como é que foi possível crescer mais e, simultaneamente, com menos inflação”, disse.

Em sua avaliação, o Brasil pode se apresentar como um país que consegue fazer a transição ecológica para toda essa pauta do investimento verde, com um custo muito menor do que o resto do mundo, porque a nossa matriz energética já é uma matriz energética mais limpa, então é muito menos inflacionário produzir verde.

Sobre investimentos, Galípolo ressaltou os aportes em patamares baixos estruturalmente no Brasil há algumas décadas, e em 2023, ele caiu ainda mais. Nesse contexto, existem 3 pilares para serem fomentados. Um deles é o que se denomina como “neo industrialização”. Um processo produtivo baseado em uma visão de sustentabilidade econômica, ambiental e social. O segundo ponto é a construção civil para o lado de mercado de Real State, de habitação e mercado imobiliário. E o terceiro é a área de infraestrutura. “Eu acho que o Brasil reuniu vantagens e conquistas que foram da sociedade brasileira. Uma série de vantagens competitivas que, mesmo num cenário Internacional mais difícil e mais adverso, o Brasil fica ainda mais competitivo comparativamente aos seus pares”, analisou.

Para Galípolo, ainda que a situação fique mais complexa e mais adversa internacionalmente, quando comparada com seus pares, as vantagens fazem do Brasil um caso de destaque para ações futuras. “Isso demanda muito que a gente consiga aprimorar essa nossa capacidade de investimento, o que impõe diálogos como esse que ocorre no SINICESP, permitindo construir em conjunto o que vai ser possível para os próximos anos”.

Para o diretor do Banco Central, a instituição não tem nenhum tipo de alvo ou patamar de câmbio. “Não estamos olhando para um número, e nem tem um patamar que nos que nós temos perseguido. É sempre a questão da inflação. É muito importante que o câmbio possa reagir para fazer os ajustes necessários.  É muito positivo que a gente possa ter essa estabilidade, porque ele reduz uma percepção de risco e acaba estimulando novos investimentos”.

No caso das debêntures, ele ponderou que já ocupam um papel relevante de financiamento para os projetos de infraestrutura, entretanto, para Galípolo, elas ainda estão muito concentradas em 2 setores: energia e transportes.

Segundo ele, há um problema de casualidade. Esses setores recebem mais atenção justamente porque tiveram o maior avanço do ponto de vista jurídico e regulatório. Nos setores de transporte e energia, há maior segurança jurídica e maior estabilidade e segurança de agências reguladoras. Esses são os setores em que as concessões ficam “de pé” e são viáveis, geralmente com cobrança de tarifas. Eles não demandam recursos públicos.

Com informações do Sinicesp